O Arquivo Vilém Flusser é o resultado da cuidadosa guarda que Edith Flusser teve com os escritos de seu marido por toda sua vida, somada à atenciosa catalogação e classificação realizada por Miguel Flusser, seu filho, junto de Vera Schwammborn e Klaus Sander.

Em 1992, ano seguinte da morte de Vilém Flusser, o Arquivo foi organizado em Haag e depois em Munique. Seis anos depois, em 1998, ao Prof. Dr. Siegfried Zielinski foi confiado o cuidado com o Arquivo. Sendo reitor da Escola Superior de Artes da Mídia em Colônia, Zielinski, junto da supervisão de Silvia Wagnermaier, implantaram ali o Vilém-Flusser-Archiv, recebendo inúmeros pesquisadores do mundo todo interessados na obra de Flusser.

Ao fim de seu mandato em Colônia, em 2007, Zielinski transferiu-se para a Universidade das Artes (UdK) em Berlim, levando consigo a cópia do Arquivo. Seus originais permanecem no Arquivo Histórico de Colônia, onde infelizmente sofreram avarias em consequência do desmoronamento ocorrido no edifício da instituição em 2010.  Contudo, sabe-se que todas as caixas que continham os originais de Flusser foram resgatadas, mas não se sabe o grau de dano que sofreram.

Em Berlim, estão disponibilizadas as cerca de 30 mil páginas datilografadas dos escritos de Flusser, a sua biblioteca de viagem e dezenas de vídeos e áudios de cursos e entrevistas que cedeu. Um amplo material que contou ainda com a dedicação de Marcel René Marburger, entre 2007 e 2010, Claudia Becker e Rodrigo Novaes, de 2010 a 2013, e de Daniel Irrgang, de 2013 e 2016. Atualmente, o Arquivo é dirigido pela Profa. Dra. Maren Hartmann junto de Monai de Paula Antunes e Anita Jóri.

Em todos esses anos tornou-se um espaço referencial na investigação internacional sobre Vilém Flusser, sempre se esforçando para melhorar o acesso e a interlocução de sua obra. Além de seus próprios projetos, como o evento e a série de publicações das Internacional Flusser Lectures e a edição das palestras de Bochum de 1991, o Arquivo visou sempre apoiar publicações e eventos acadêmicos e artísticos. Trazê-lo agora para São Paulo significa continuar esta história, possibilitando a expansão dos estudos sobre Flusser, principalmente por ter sido nesta cidade que ele desenvolveu parte significativa de sua vasta obra.